Desafio emergente na atualidade, a resistência das bactérias aos tratamentos disponíveis atinge hospitais em todo o mundo e compromete o sucesso terapêutico das doenças infecciosas. O uso irracional e indiscriminado de antibióticos é responsável por selecionar “superbactérias”, que têm maior capacidade de resistir ao tratamento proposto, tornando a infecção mais difícil de ser resolvida e, por vezes, até mesmo incurável.

No Brasil, o Comitê Nacional para Promoção do Uso Nacional de Medicamentos formulou, após reunião realizada em 2018, um documento que foi lançado na sede da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), em Brasília, no mês abril deste ano, que tem como objetivo discutir três temas: medicalização da vida, uso de medicamentos por grupos em situação de vulnerabilidade e uso racional de antimicrobianos. Com referência ao último, são propostas diversas recomendações e estratégias, como por exemplo: orientar os pacientes sobre a resistência antimicrobiana, aumentando a adesão aos tratamentos e envolvendo os indivíduos em seus processos terapêuticos, e qualificar os processos de prescrição e desprescrição de antimicrobianos em serviços de saúde, orientando médicos, envolvendo gestores e promovendo vigilância de consumo e uso de antibióticos.

Uma das funções do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar nos hospitais é implementar e monitorar o programa de uso racional de antimicrobianos, através da elaboração e disponibilização de protocolo institucional de utilização destas drogas, vigilância de consumo e orientação aos prescritores quanto à sua utilização adequada (indicação, escolha e tempo de uso). A adesão ao programa estimula o uso correto de antibióticos e promove melhora contínua na curva de resistência nos serviços de saúde. O envolvimento de gestores, médicos e pacientes são indispensáveis para o sucesso do programa.

A resistência antimicrobiana é um desafio que deve ser reconhecido e combatido por toda a comunidade, e o uso consciente de antibióticos é fundamental para que possamos mudar a perspectiva e conter esta ameaça”, afirma Dra. Letícia Ziggiotti de Oliveira, Médica Infectologista do Hospital São Vicente.

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