No próximo sábado, 7 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Saúde. Em 2018, o lema escolhido é “Saúde universal: para todos, em todos os lugares”. Segundo a Organização Mundial de Saúde, “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Por isso, a saúde deve ser vista como uma forma de total bem-estar, que é conseguido não só através do tratamento de doenças ou sua prevenção, mas sim através de qualidade de vida.

E um dos recursos essenciais para a saúde como um todo é a água. “Ela é vital pois cerca de 60% do peso corporal do ser humano é formado por água, que também exerce várias funções em nosso corpo como compor as células e proteger os tecidos corporais; constituir o sangue, atuando no transporte de oxigênio, nutrientes e hormônios; ajudar a desintoxicar o organismo, transportando as toxinas que devem ser eliminadas até os rins e sendo essencial para um bom funcionamento do intestino; participar de funções relacionadas aos nossos sentidos, como visão, por exemplo, já que os olhos são envolvidos por líquidos, que refletem a luz; ajudar a regular temperatura corporal através da transpiração; ajudar em alguns casos a aumentar a sensação de saciedade durante dietas redutoras; lubrificar as articulações e fazer parte da composição de nossos músculos”, explica a nefrologista Dra. Luciana Soares Percegona, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Vicente – Funef.

Vale lembrar que a água é perdida de várias maneiras, através da pele ou excretada pela urina, fezes e respiração. Portanto, quando a ingesta hídrica não é adequada, principalmente no verão ou ao praticar exercícios físicos, há o risco da desidratação. “É o nutriente mais importante e abundante no corpo humano, pois não o estocamos e precisamos repor diariamente. Recomenda-se uma ingesta hídrica de 30-35ml/kg de peso corporal por dia, e a sede é o mecanismo de alerta para a necessidade da ingesta de líquido nas pessoas saudáveis”, complementa Dra. Luciana. Entretanto, há situações em que há a necessidade de uma ingesta maior, principalmente nos pacientes que têm litíase renal (cálculo renal) e também há situações em que o paciente não pode ingerir muita água como nos casos dos pacientes que estão em diálise.

A água potável para o consumo humano é um assunto de grande importância para a população. Em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a água potável e o saneamento como direito humano essencial para o pleno gozo da vida e de todos os outros direitos humanos. Segundo a agência da ONU para a saúde, 844 milhões de pessoas ainda não possuem um serviço básico de água potável e, globalmente, pelo menos dois bilhões de pessoas usam uma fonte de água contaminada com esgoto doméstico. “O acesso à água limpa e potável é essencial para a manutenção da saúde. Consumir ou preparar alimentos com água contaminada pode ocasionar diversas doenças, como a hepatite A e as parasitoses intestinais. Quem não tem acesso à água tratada deve sempre filtrar e ferver a água antes de seu consumo para eliminar agentes nocivos”, afirma Dra. Vanessa Strelow, infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital São Vicente – Funef.

Além disso, o ato de higienização das mãos que parece simples, ainda é subestimado pelas pessoas. “Na falta de uma torneira para lavar as mãos, o álcool gel é um ótimo aliado no combate às bactérias. Prático e eficaz, é bom levar um frasco sempre à mão”, completa Dra. Vanessa.

E, pensando além da saúde individual, a água é um recurso essencial para a humanidade, que deve ser preservado. Use sempre que preciso, mas de forma consciente, evitando o desperdício cotidiano.

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