“Saúde dos Rins para Todos” é o tema desse ano para o Dia Mundial do Rim. O Dia Mundial do Rim foi idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia e tem como objetivo reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo, sendo comemorado na segunda quinta- feira do mês de março. Para marcar a data, o Hospital São Vicente promove uma tarde especial no dia 14 de março, das 14h às 17h. No início da tarde, o público poderá aferir a pressão arterial, verificar a glicemia e realizar exame de urina. Em seguida, às 16h, serão realizadas as palestras “Cuidando do seu rim”, com a nefrologista Dra. Luciana Soares Percegona, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Vicente, e “Saúde dos Rins para todos” com a nutricionista Mayara Olikszechen, em parceria com a Fundação Pró-Renal.

A Doença Renal Crônica é a perda lenta e progressiva da capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, as impurezas podem chegar a níveis elevados que afetarão o organismo como um todo podendo levar à morte se não tratado adequadamente.

“Os exames de creatinina e parcial de urina servem para rastrear a doença renal. Eles irão mostram como está o funcionamento dos rins. Através da creatinina se avalia a capacidade de filtração do rim, isto é, qual a porcentagem de funcionamento do rim. Já no parcial de urina podemos identificar se há perda de sangue e/ou proteína pelos rins e quadro infeccioso principalmente”, explica Dra. Luciana.

Estima-se que a Doença Renal esteja presente em aproximadamente 850 milhões de pessoas em todo o mundo e que a Doença Renal Crônica cause pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano. Apesar do crescente diagnóstico de doenças renais, em todo o mundo, a disparidade e a desigualdade na saúde renal ainda são comuns, e são agravadas pelas condições sociais, discriminação de gênero, falta de informação em relação às doenças renais, riscos ocupacionais, poluição do meio ambiente entre outros fatores.

Alguns riscos: estar acima do peso ideal, pressão alta, diabetes, familiares com doença renal crônica, fumante, com idade superior a 50 anos, problemas no coração ou nas veias das pernas. Vale lembrar que inicialmente a doença renal é assintomática. Mas alguns sinais devem alertar para o problema: nictúria (levantar várias vezes à noite para urinar), edema (acordar com olho inchado, edema de membro inferior), urina espumosa ou com sangue. Nas formas avançadas há sintomas de fraqueza, dores nas pernas, náuseas e vômitos e perda de apetite.

Para prevenção o ideal é uma dieta saudável e ingesta hídrica regular, controle do peso, atividade física regular, evitar o tabagismo e o uso de medicamento sem prescrição médica. Se tiver hipertensão e/ou diabetes, controle rigoroso dessas doenças. E fique atento se tiver história familiar de doença renal ou origem hispânica, asiática, africana ou aborígene. A prevenção é a única forma de evitar esta doença silenciosa, que só apresenta sintomas quando já se perdeu 75% ou mais da função renal.

TRATAMENTO – A diálise está indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica graves, isto é, quando o rim perde a capacidade de exercer sua função de filtração e/ou perda de líquido. É denominada de terapia renal substitutiva, pois é uma terapia que substitui a função parcial dos rins. Há dois tipos de diálises: a hemodiálise e a diálise peritoneal.

Hemodiálise é um procedimento através do qual uma máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento libera o corpo dos resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. As sessões de hemodiálise são realizadas geralmente em clínicas especializadas ou hospitais.

Na diálise peritoneal o tratamento ocorre dentro do corpo do paciente, com auxílio de um filtro natural como substituto da função renal. Esse filtro é denominado peritônio (membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais). Um líquido é colocado na cavidade abdominal através de um cateter peritoneal que depois é drenado. Essa solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias que estão acumuladas no sangue sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado pelo rim.

O transplante é considerado o tratamento com melhor relação custo-benefício para a Doença Renal Crônica. O procedimento é indicado apenas quando há falência total de ambos os rins, e para sua realização necessita de um serviço previamente credenciado pelo Ministério da Saúde por uma equipe altamente especializada, além da disponibilidade de doadores de órgãos.