A Instituição conta com serviço de cuidados paliativos que associa diversas terapias para controle de sintomas

O câncer é uma doença que provoca diversos sintomas, seja da própria doença ou dos efeitos colaterais do tratamento. Buscar formas de proporcionar mais conforto e bem-estar aos pacientes é um trabalho constante no Hospital São Vicente. “Uma das terapias coadjuvantes em nosso serviço de Cuidados Paliativos é a Acupuntura Médica. Somos o primeiro hospital do Paraná e um dos poucos no Brasil a proporcionar a Acupuntura Médica para os pacientes oncológicos do Sistema Único de Saúde”, revela o médico acupunturiatra Paulo Fabricio Nogueira Paim, coordenador do Serviço de Cuidados Paliativos e Controle de Sintomas do Hospital São Vicente.

No tratamento do câncer, a acupuntura é aplicada no controle da dor e sintomas de difícil manejo. “Ela modula neurotransmissores envolvidos no mecanismo fisiológico da dor e de disfunções diversas, regulando circuitos neurais e ajudando na redução dos medicamentos. Isso acaba diminuindo sintomas comuns causados muitas vezes pela terapia anticâncer, como vômitos, constipação, boca seca, sofrimento psíquico, insônia e retenção de líquidos”, conta o médico acupunturiatra.

Mas a acupuntura não é a única abordagem utilizada no controle de sintomas no hospital. “Além da Acupuntura Médica, utilizamos um arsenal multimodal, composto por medicações analgésicas e adjuvantes, e por profissionais de diversas áreas como fisioterapia, psicoterapia e nutrição, inclusive especialidades médicas capazes de realizar intervenções invasivas como bloqueios anestésicos e neurocirurgias para oferecer um melhor resultado com um menor risco quando necessário”, observa Paulo Paim.

Para que o paciente receba os cuidados paliativos adequados, o médico acupunturiatra explica que existem diversos critérios de observação, seguidos por uma equipe multiprofissional, que avaliam quais pacientes que se enquadram para receber esses cuidados. “Eles são encaminhados para o ambulatório de Cuidados Paliativos, onde aplicamos instrumentos de avaliação de necessidades clínicas e iniciamos o acompanhamento do paciente e de seus familiares paralelamente à abordagem especializada. Geralmente, são pacientes já em tratamento e com sintomas de difícil controle”, aponta.

Mas os cuidados paliativos não são apenas a para pacientes com câncer. Também são aplicados em pacientes com doenças neurológicas, renais, hepáticas, cardíacas, respiratórias, entre outras. “O controle de sintomas em pacientes com câncer é um desafio, mas, minimizar a dor, o desconforto psíquico, dos vômitos e outros efeitos colaterais como o hábito intestinal, a qualidade do sono, a tosse, os soluços e tantos outros sintomas é imprescindível em quaisquer pacientes acometidos por doenças crônicas ou complexas”, considera Paulo Paim.

O que causa a dor?
A dor é um sintoma que tem como função alarmar a pessoa sobre algum tipo de lesão no organismo. “Nos problemas de natureza aguda, a dor permanece por um tempo definido até que a lesão seja reparada e ocorra uma restauração dos tecidos lesados”, conta o médico

Quando a dor persiste por meses ou anos sem um tratamento que solucione, pode modificar de forma definitiva o funcionamento do sistema nervoso, alerta Paulo Paim. “Isso pode acarretar síndromes dolorosas de difícil tratamento, inclusive comprometendo também de forma irreversível a estrutura dos tecidos cerebrais.”

Por isso, e devido às novas descobertas no campo da neurociência, o estudo da dor é uma área em crescimento nos últimos anos. “Atualmente, abordamos dor de forma multimodal, ou seja, utilizando medidas físicas, medicações e intervenções com diferentes mecanismos de ação, que atuam em conjunto com objetivo de promover maior eficácia, maior eficiência, menos efeitos colaterais e menor custo”, declara Paulo Paim.